Artigo de opinião
É já nos próximos dias 11 e 12
de Agosto que se vai realizar a festa da Dreia em honra de Nossa Senhora da Graça.
Este ano já será o 6º evento na nossa Aldeia depois de mais de 20 anos sem ter
havido qualquer convívio entre as nossas gentes.
Pode-se dizer que desde 2007
para cá tem havido uma grande evolução tanto a nível de organização como de
colaboração e união da maioria dos nossos conterrâneos.
Quando a Associação de
Moradores foi criada em 1980, apesar do muito esforço e dedicação dos vários
elementos compostos por várias direções desse tempo, na nossa Aldeia existiram sempre
grandes divisões e muito comodismo, para colaborarem com a nossa Associação: ou
porque não gostavam do nome por acharem que estava ligado a uma ideologia
política, ou porque havia muita reserva no uso das receitas angariadas nos
eventos organizados pelos elementos da Associação. Apesar dessas dificuldades ainda
se construiu um depósito de água, com a colaboração da Câmara Municipal, uma
rede de água canalizada para cada residência e também de haver já nessa altura
um sonho de se criar uma casa de convívio.
Em 2007, um grupo de pessoas da
nossa terra acharam por bem organizar uma festa simples com missa pela manhã,
umas febras e sardinhada pela tarde e à noite um arraial com um conjunto local.
Este evento tornou-se um sucesso! Foi um sucesso não só dos elementos que a
organizaram como também, pela primeira vez se viu uma grande vontade das
pessoas não só da nossa terra mas também de fora em se repetir nos anos
seguintes.
Foi então que uns amigos se juntaram
e pensaram em reabrirem as portas da Associação de Moradores, para assim poderem
duma maneira mais oficial utilizarem todas as receitas provenientes ora das
festas ora de doações de particulares nalguns melhoramentos ou criação de
espaços agradáveis.
Com a Associação criada e
composta por elementos por todos já conhecidos e que nos dariam total
confiança, era agora tempo de começar a usar o dinheiro já conseguido e fazer
alguma obra: com a colaboração da Junta de Freguesia de Benfeita, mais
concretamente na pessoa do seu presidente, o Sr., Alfredo Martins, construiu-se
uma piscina natural e um parque de merendas com churrasqueira na Quinta da
Ramalheira para quem quisesse usufruir de um dia agradável, os campos onde se
semeia o milho ficaram com melhores acessos para as máquinas agrícolas e as
«levadas» foram melhoradas para haver um melhor escoamento de água para as
regas.
Mas nem tudo corre como se deseja:
Um dos grandes sonhos desta direção é a construção duma casa de
convívio de boa acessibilidade e que não esteja muito longe do local onde se
fazem os convívios. Com algumas generosas ofertas de pessoas da nossa terra e
de fora, com as receitas que se foram obtendo nestes anos, foram criadas as
condições para o começo da obtenção desse desejo. Infelizmente está a faltar
alguma vontade e disponibilidade de quem tem condições e possibilidades para
isso, de dar à nossa Associação, e ao povo em geral, o sonho dessa concretização.
Há uns tempos uma pessoa ligada
à nossa terra perguntou a um elemento da nossa Associação, o porquê e o
interesse em construir uma casa de convívio; outra pergunta se poderá fazer:
porque será que existe uma casa de convívio em todas as aldeias nossa vizinhas,
mesmo as mais pequenas? Será por vaidade, por parecer bem?
Uma casa de convívio para além de ser
um lugar de convívio para as pessoas, será sempre um lugar onde se poderá
organizar eventos a qualquer altura do ano, como festas de passagem de ano, por
exemplo, podendo-se angariar mais donativos para se poderem fazer mais
melhoramentos que sejam necessários e com isso se poder chamar mais pessoas à
nossa aldeia.
Lembrando os nossos antepassados,
e grandes beneméritos que pelo seu amor à Dreia e de uma atitude desinteressada,
fizeram-se valer das suas influências e poderes financeiros que ostentavam na altura
e conseguiram que a nossa terra fosse uma das primeiras aldeias da freguesia e
do concelho de Arganil a ter eletricidade; a nossa torre foi construída,
começámos a ter uma rede de água canalizada para os fontanários, enfim tudo
para o bem-estar das nossas gentes.
Hoje temos uma realidade diferente,
e a boa vontade e amor pela nossa terra para a construção de algo que nos pode
vir a fazer falta não é suficiente. Algumas das pessoas do passado já não se
encontra entre nós, todavia existem novas gerações com ligações familiares ao
passado com qual a Dreia terá sempre a espectativa de poder contar com elas
para darem à nossa Associação e ao povo em geral o desejo desse sonho se
realizar.
À semelhança de terras mais pequenas, seja engenheiro, arquiteto, doutor
ou apenas um simples agricultor, todos trabalham e contribuem com o mesmo
objetivo para melhorarem as suas aldeias.
É o que se pede e apela também
todas as pessoas que pertencem e gostam da Dreia: não basta dizer-se ou
escrever que se gosta ou que se conhece toda a história da nossa terra, há que
contribuir ativamente mostrando assim que se gosta realmente da nossa terra pois
se todos participarem, colaborarem e contribuírem com o mesmo objetivo a Dreia
tem condições de se tornar uma Aldeia mais bela para que todos se possam sentir
ainda mais orgulhosos dela!
J.R.
2 comentários:
Caro amigo.
Pedir, você pode pedir.
Dar, eu também posso.
Só que eu não tenho essa qualidade...
Acerca deste comentário, acho que o «amigo» é uma pessoa oriunda da nossa terra que não se quis identificar, ora eu também vou fazer o mesmo só para fazer um reparo ao seu comentário. Pelo que eu li no texto o que me deu a entender foi que ninguém está a pedir que alguém dê ou ofereça alguma coisa ( claro se alguém estivesse disposto a isso não íam dizer que não)mas sim que alguém com condições para tal queira fazer um negócio com a nossa Associação, ou será que o «amigo» tem essas condições e também não tem qualidade para fazer negócios??
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